agosto 18, 2005

Viver em família

- mãe a entrar pelo quarto a dentro sem bater à porta;
- mãe a entrar pela casa de banho a dentro sem bater à porta;
- discussões com a mãe acerca o paradeiro da sua educação, relacionado com os 2 itens anteriores;
- acordar às 6.30am todos os dias (férias incluídas) com o papá a tocar à campaínha que se ouve na copa (que é simplesmente à porta do meu quarto);
- ser uma questão de família o facto de eu nem sempre ter fome para fazer todas as refeições... não é propriamente como se eu tivesse ar de subnutrida! Acho que aguento saltar umas refeições...;
- deixarem pacotes de leite no frigorífico com um resto (que não é um nico) de leite só para não terem que o deitar fora (dá muito trabalho dobrar o pacote e pô-lo de parte para reciclar...);
- não porem pacotes de leite no frigorífico quando abrem ou acabam o último;
- estranhamente, toda a gente barafusta com o mesmo, pelo que acho que há um bicho qualquer que se diverte a beber-nos o leite...;
- acabarem com o papel higiénico e não porem mais na casa de banho... ou melhor ainda, acabarem com o papel higiénico que há em casa, e mesmo quando vêem isso acontecer não se lembrarem de dizer que é preciso comprar mais (para quê? há sempre guardanapos e papel de cozinha! *ouch*);
- usarem o meu desodorizante, evidenciado pela presença de pelos axilares nitidamente masculinos na superfície de roll-on, mas depois não ser ninguém... o tal bicho uma vez mais;
- apesar de ter o 1º e último nome iguais ao que a minha mãe dá para correspondência postal, tenho o apelido do meu pai, que não figura no nome da minha mãe... mas lá por isso ela não se coibe de abrir a minha correspondência;
- nova discussão com a mãe acerca do paradeiro da sua educação, que soube incuti-la mas aparentemente não preservou;
- discussões surreais com o irmão que passa umas 10h (mínimo!) diárias no computador, que invariavelmente protesta quando se lhe pede para usar a internet no mesmo(como se fosse dele e não da casa) e se por acaso num dia temos o descaramento de ficar mais do que 2h, na próxima semana teremos que o ouvir a dizer que passámos a semana o dia inteiro no computador;
- perante tais coisas, depararmo-nos com a impossibilidade de instalação de uma máquina de picar o ponto no computador... seria tudo tão mais fácil;
- ser-nos constantemente pedido para passarmos os fds em casa porque a empregada sai a partir de sábado às 7pm, porque é também constantemente esquecido que somos 5 irmãos e não apenas os 2 que aqui moram;
- não existir passado... ele constrói-se de acordo com a seguinte fórmula matemática (excepto quando dá jeito que exista, claro está, de acordo com quem faz o discurso): a semana passada x nº de semanas que se passaram até hoje;
- a mãe que só quer ir à casa de banho desde que esteja alguém lá;
- os eventuais cabelos no ralo, que nunca são de ninguém;
- a ausência total de privacidade;
- o adormecer com a porta fechada, a mãe a abri-la a meio da noite para cuscar, deixá-la entreaberta (mesmo quando tenho a janela aberta), acordar-me a meio da noite, eu vociferar para ela me fechar a porta (tudo na tentativa de não acordar às 6.30am quando tocar a campainha...) e ela nunca ouvir, obrigando-me a levantar-me da cama para o fazer (sendo que quase sempre quando acordo de manhã está novamente aberta)...

Estes são os pormenores mais freakshow de viver em família (com a minha família... porque acredito que as haja normais...)... e eu pergunto: como não querer sair de casa?!

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