estás a deixar-te corroer por dentro, a envenenar pelo que te rodeia... costumavas ter um interior bonito, uma força imensa que te levava a conseguir o inimaginável. Sobreviver a situações desesperantes e desamparantes com um sorriso e uma atitude descontraída de quem já passou por muito e não ser uma pequena contrariedade que te leva a perder o Norte. Tens a orientação na vida que nunca tiveste (e arrisco dizer nunca terás) num parque de estacionamento...
Agora perdeste o teu Norte, mas propositadamente... tu sabes onde ele está, sabes que é o teu Norte... mas apeteceu-te fazer um desvio... e nisto passas por bairros de lata, conheces e dás-te com pessoas questionáveis, quer em moral quer em costumes... pessoas que tu sabes serem questionáveis, mas por isso mesmo sabes que não te questionam... e ganhas uma segunda pele... não uma carapaça protectora, mas de vergonha em ti mesma... envergonhas-te de ti... e ao fazê-lo morres por dentro, sentes-te e tornas-te gradualmente vazia.
Tu no fundo sabes que nem todos os sorrisos são preocupação e carinho, e que nem todos os franzidos de sobrolho são arrogância e superioridade... tu sabes isso, mesmo que o veneno te diga o contrário... mesmo que não agora, sê forte como te sei ser, e luta contra mais uma adversidade... não ponhas de lado o bom para aproveitar o "care-free" do mau... é bom sermos questionados, porque é isso que nos faz procurar as respostas, e nessa procura e nessa resposta crescer... não fujas das perguntas, nem fujas das respostas... foge da ausência delas, porque é nelas que reside o vazio.
agosto 29, 2005
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