junho 14, 2010

A ti, com amor

Deixa-nos um homem bom e um homem de bem.
Pertence ao grupo dos melhores.
Não o digo por ter partido, mas porque o era de verdade. Um homem com um coração poderoso: nobre, digno, honesto, leal, paciente, discreto, disponível, sereno, solidário, educado, sem queixume no longo calvário de 5 anos e 8 meses da sua longa doença, humilde, a quem ainda sobrava o perdão para os mesquinhos. Deu sempre, não esperando nada em troca.

Bom marido, bom pai, bom filho, bom irmão, bom amigo e até bom para aqueles que não o foram para ele. Tinha muito amor para dar.

Foi o meu irmão de pais diferentes. Meu companheiro muito amado e grande amigo de uma vida.
Mas amado também e respeitado pelos seus doentes, porque à sua profissão de médico cirurgião se dedicou com amor e generosidade. A ninguém soube negar ajuda, mesmo com o seu próprio sacrifício.

Foi este o vosso Pai, era esta a dimensão da sua generosidade e entrega. Que grande e magnífica é a sua herança!
E porque é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais, honrai a sua memória.
Aos olhos de Deus, este homem, só pode ter sido o mais fiel seguidor das palavras de Cristo.

Agora, porque já não posso mais dar-lhe a mão, porque já não posso mais cuidar dele, entrego-o nas mãos misericordiosas de Deus.
Ele foi um homem de Luz, que deixou marca em toda a família e em todos com que se cruzou.
Por isso, meus filhos, só podem orgulhar-se do Pai que tiveram a sorte de ter e que tão imensa e incondicionalmente vos amou.
Nunca deixem de falar dele aos vossos filhos, para que eles se orgulhem também do avô que tanto lhes quis.
Digam-lhes que há vida depois da vida, e, que nalgum lado, onde estiver a Luz, onde o Céu estiver, na estrela mais brilhante, é lá que ele estará.

24.03.2008