agosto 13, 2006

Ode à (inter)net

Nem ode é... é apenas um elogio... redescobrindo o prazer de me perder entre informações supérfluas, gratuitas, fortuitas e intermináveis, vejo necessária uma retratação da minha posição quanto à internet...

Nos últimos tempos, a net irritava-me, porque tudo (mas mesmo tudo!) era mecanismo de conhecer pessoas... não falo apenas dos óbvios hi5's, ringos, fóruns, irc, messenger (sim.. dá para pesquisar perfis, reparei há tempos, horrorizada, qual freira que verifica que a sua igreja que julgava livre de pecado era um antro de prostituição...), mas até em comentários a notícias, comentários de blogs... sei lá... as pessoas estão mesmo muito sozinhas, ou por outro lado acompanhadas demais, que só querem é conhecer gente, dê por onde der.

Esta é a face feia da internet... aquela que me desagrada, repulsa, enoja na verdade... (não o suficiente para não escolher fotos giras para o hi5, mas eu sou assim hipócrita... na verdade nem é hipocrisia, é a megalomania cruzada com a insegurança que não me permite que ninguém me ache menos bonita do que eu me acho! E com esta confissão acho que sou a bloguista mais honesta da blogosfera... estou orgulhosa de mim mesma... [e agora ocorreu-me... podia fazer um post inteiro dentro de um parêntesis... era giro, derivar assim completamente o assunto... começar a falar de uma coisa e nem a acabar, porque entretanto o parêntesis era mais interessante que o pré-parêntesis, que estava reduzido a isso mesmo... a um prólogo ao parêntesis... ... ou não])

A face bonita, não é apenas a capacidade de ter informação actualizada ao segundo, à distância de um click... dessa usufruo eu já há muito, e tenho que continuar a usufruir regularmente, mesmo com o meu desamor à internet entretanto estabelecido. A beleza da internet, está no entrançar de conhecimento... no entrelaçar de informações, pertinentes ou não para aquilo que queríamos saber de início, mas que nos mordiscam a curiosidade, porque na verdade não sabemos o que são, ou sabemos pouco... a facilidade com que de um pensamento acerca de algo que desconhecemos e da procura da sua elucidação, passamos para o conhecimento abrangente (e às vezes excêntrico, as in fora do centro) daquilo que nos propusemos descobrir...

O confronto com a ignorância infinda, que sempre o será, com a possibilidade de mais conhecimento, também infindo e que sempre o será... até ao alzheimer... e se nos ocorrer este pensamento enquanto navegamos, podemos ir aprofundar conhecimentos sobre o alzheimer, e saber o que nos espera... e constatar que se não perdermos a fome de conhecimento, muito mais dificilmente desenvolveremos alzheimer, à semelhança de um músculo bem treinado que mantém a forma... enchamos as nossas circunvoluções com conhecimento e elas já não atrofiam nem acumulam amiloide!

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