... encalhei com um amigo meu na temática "o vazio de algumas vidas"... encalhei verdadeiramente, ao ponto de me começar a questionar se estava a ser chata, se estaria a ofender alguém e, de um modo geral, se estaria a ser inoportuna (coisa que vezes demais sou, por rasgos de lentidão intelectual).
Tudo começou no dia anterior, quando comentava com o Fa os cursos de tia que gostaria de fazer... pintura de azulejos, pintura em tela, tapetes de arraiolos... e o supra-sumo dos cursos (que acredito que de facto não exista, mas deveria haver) que cheguei à conclusão que adoraria ter: curso de alta-costura...
Compreende-se porque é que não há, não é propriamente uma coisa que se aprenda em 8 aulas de 3h, por um preço de €80... mas enfim, achei que seria interessante... e mais interessante ainda, foi o retrocesso no tempo, e chegar à conclusão que gostava de fazer os meus próprios vestidos (muito Jackie O.), enquanto dona de casa da década de 50, casada e a tratar da prole... e nem sequer para ser uma Coco Chanel... apenas para ter vestidos giríssimos e poder dizer que tinha sido eu a fazê-los!...
Nessa noite de bairro, enquanto falava disso, reparei a futilidade que seria a minha vida, e o quão infeliz seria se tivesse apenas essa meta, a de constituir família. E verborreiámos sobre o assunto, e como a família não é uma meta mas um pit-stop para mim, e para a maioria das pessoas hoje em dia... mas que existem também inúmeras pessoas para quem a felicidade reside (e pára) no momento em que a família está constituída... a vida como dona de casa, sem metas e ambições profissionais...
Lembram-me as pessoas que ficam uma vida inteira num trabalho sem futuro, só porque não vêem mais longe do que o seu nicho... e depois, fruto da sua frustração e infelicidade subsequente, tratam mal toda a gente que apanham à frente...
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