novembro 20, 2004

Relações



Ontem fui ver o Diário de Bridget Jones com uns amigos... hilariante e simultaneamente delicioso pelo romantismo supostamente ultrapassado. É bom haver ainda filmes que nos fazem sair do cinema bem dispostos e com um sorriso nos lábios (porque como a minha mãe diz "já não há filmes assim").

Não só o filme em si, como o que se passou depois (ou a bem dizer o que tenho visto a formar-se há uns tempos) fez-me pensar sobre as relações...
Quando as pessoas têm uma relação, estável, feliz, mas que alguma coisa não bate certo quer seja por um dos elementos se sentir inferiorizado (como no caso da Bridget), quer por se sentir alheado e incompreendido como a B., minha amiga, começa-se a olhar à volta. É certo que a relação da B. com o F. tem muitos altos e baixos, muitas "cabeçadas", muita criancisse do F. e muita maturidade da B. que ao fim de 2 anos de namoro já lhe custa que não haja perspectivas de vida em comum, de tornar a relação mais séria... e isso possivelmente deixa-a um bocadinho abalada e sensível.

Há também o R., meu amigo já há alguns anos, que é uma pessoa como já não há... é um rapaz querido, simpático, educado, preocupado, inteligente, bonito, e estúpida será a rapariga que não vir isso nele. E o facto de, à minha conta, a B. o estar a conhecer melhor, não me faz sentir muito bem... o interesse dela nele é perfeitamente compreensível, começando pelo facto de ele ser tudo aquilo que o F. não é, visto que o próprio R. diz que já não estamos numa idade de ter relações para passar tempo. Este tipo de maturidade, de falta de receio perante o compromisso sério, de certeza que apela enormemente à B. neste momento... juntamente com tudo o resto, claro.

Custa-me no entanto, que toda a relação, mesmo quando se gosta de alguém, esteja sujeita a este tipo de situações... dói-me pensar que uma pessoa que eu sei ser também correcta, educada e madura como o é a B. me venha confirmar que afinal, dada a oportunidade, toda a gente "peca".

A questão do relacionamento entre a B. e o R. não se põe, porque de facto são ambos muito correctos (talvez devido à labilidade emocional presente da B., a rectidão do R. se faça mostrar mais neste momento, mas sei que ambos são assim... e afinal de contas ninguém pode ser culpabilizado por se apaixonar), mas confesso que acho que eles têm muito a ver, pelo menos assim à primeira vista. Sinto-me ligeiramente responsável pela confusão que a B. sente neste momento... sinto-me responsável por qualquer dor de rejeição que ela sinta neste momento.
Porque é que a vida real não é como nos filmes, em que há de facto finais felizes?!

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