novembro 12, 2004

Amor

Tema difícil... que não nos sai da cabeça mas nunca fraseamos dignamente. É difícil (ou mesmo impossível) definir uma coisa tão pouco palpável, precisamente porque quando o sentimos perdemos a razão, perdemos o controle, perdemos a capacidade de analisar. Daí que o Amor seja sempre analisado em retrospectiva e nunca no momento em que se o sente.
E como definir fidedignamente algo que não se descreve presencialmente? Como descrevo as borboletinhas no peito se não as estou a sentir neste momento, mas quando estou olhos nos olhos? Como defino o meu sorriso se neste momento não o sinto a rasgar-me os lábios?... defino-o e descrevo-as racionalmente, o que lhes rouba todo o seu significado e intensidade.

Amor é serenidade, porque é certeza, segurança e confiança... sem disputas ou contestação. O que explica o efeito de bálsamo que tem em mim o Amar afastando-me do tumulto de prov(oc)ações diárias... separa-me de mim mesma nos dois contextos, o que estranhamente me torna mais una, por me saber capaz de ser completa (porque serena) dada a oportunidade.

É a energia positiva que compensa todas as ocasiões em que a deixo fugir-me, pelos motivos mais idiotas. É a razão de no meio da pior das fúrias e irritações ser capaz de sorrir e sentir os olhos sorrir também; é a razão pela qual as amarguras não me amargam; é a água que me limpa ao fim do dia, e é vital como ela...

(como em todas as "descrições") é tão mais do que somente isto...

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