fevereiro 23, 2005

A perda da inocência

Comentava com a T. há muito tempo (e recordei-me agora a propósito do poder de uma palavra), que por vezes acreditamos no que nos dizem sobre os outros, e partimos para esses relacionamentos sociais já com o pé atrás... porque A nos disse que ela era uma vaca, porque B nos disse que ele era um sacana, porque C nos disse que eles eram uns malucos... e nunca mantemos realmente a inocência que deveria caracterizar a aproximação de dois desconhecidos.

Acreditamos no que nos dizem, e regra geral, quando damos uma oportunidade às pessoas visadas, descobrimos que a fama que as antecedia, nada de real tem.

Faz-me pensar na quantidade de pessoas que terão uma ideia errada de mim, que se calhar pensam que eu sou isto ou aquilo, simplesmente porque assim lho disseram (baseados em nada ou em pouco)... faz-me pensar que o crescimento destes “boatos” (a existirem) é exponencial, porque pode ser transmitido vezes sem conta.

Faz-me também pensar na quantidade de pessoas de quem eu poderei ter uma ideia errada, apesar de me esforçar por não considerar demasiado as primeiras impressões (a menos que estas gritem imediatamente que não há entendimento possível... não conseguirás tolerar esta atitude seja qual for o contexto ou as outras que a compensem), e que desse modo as afasto e sou injusta ao fazê-lo... sem necessidade alguma.

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