novembro 15, 2008

Hímen

Na nossa sociedade, longe vão os tempos da desonra vinda da ausência de uma mancha rubra nos lençóis matrimoniais... já não dispomos do costume bárbaro da exibição de tal troféu à janela, ou do repúdio da mulher que não o proporcionasse.

Os pudores com a iniciação sexual têm-se vindo a dissipar, ao longo dos tempos e gerações. Actualmente estranho é esperar-se até ao casamento... mais, na geração adolescente (e pré-adolescente) actual, estranho é esta iniciação não se dar pelos 12anos ou antes.
E eu recordo-me de considerar uma das minhas melhores amigas uma doida por a idade que a definia enquanto pessoa (os adolescentes são estúpidos, ou pelo menos incapazes de ver o grande cenário) ser 13 anos...

Mas esta liberdade sexual precoce tem características específicas. Estranhamente, nos dias de hoje, as preocupações dos jovens não são as doenças sexualmente transmissíveis... eu não entendo como é possivel que quase 30 anos depois dos primeiros casos e 20 depois de ser conhecida e reconhecida como tal, os comportamentos sexuais não estejam ainda sujeitos a um temor pela infecção com o VIH (não falando dos restantes, alguns dos quais igualmente crónicos e condicionantes da vida futura).

Não há actualmente uma alma que não saiba como se transmite e como se pode evitar essa transmissão, no entanto a juventude de hoje em dia não se preocupa com isso.
Preocupa-se com o que todas as adolescentes sempre se preocuparam, com a gravidez indesejada. Revolta-me e preocupa-me, mas é um facto.

A geração de jovens raparigas no início da sua adolescência ou na sua pré-adolescência demonstra uma preferência (exigência) pelo sexo anal como método de contracepção. Sem preservativo, como se supõe, ou a contracepção não seria uma questão (duvido que se estejam a preocupar com os 2% de falibilidade).

Os tempos que correm devolvem a importância perdida à virgindade física da mulher, que volta a ser guardada. Não pela sociedade, mas pela própria mulher, que volta a "guardar-se" para o casamento, ou pelo menos para alguém especial... é quase poético...

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