O fascínio sempre existiu, sempre foi o mesmo... uma molécula cristalizada, formando uma estrutura sempre diferente, sempre varíavel... não há um igual ao outro... analisados em pormenor, são ornamentos lindíssimos, figuras geométricas intrincadas...
Mas não é esse o segredo do encanto... não é por figuras geométricas que toda a gente sai à rua num frio de gelar, para apanhar chuva, saltar como crianças, de olhos brilhantes e sorrisos rasgados...
É preciso tão pouco (ou algo tão simples) quanto nevar para fazer uma cidade feliz (várias pelo país aliás)... pelo inédito que é, pelo bonito que é...
Os meios de comunicação dizem que já não nevava em Lisboa há 50 anos, mas o meu pai sempre me disse que a última vez que nevou em Lisboa foi há uns 60 anos... não sei, só sei que hoje nevou e eu vi... e tenho o coração cheio pelo momento que foi e pela partilha (entre amores, amigos e desconhecidos) do momento quase banal na teoria, mas tão especial na prática...
Nem a razão me tira esta felicidade, ao relembrar-me que isto é sintomático de um ecossistema ferido e alterado... por momentos não quero nem quis saber... vi nevar em Lisboa e foi lindo!
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