janeiro 29, 2006

Cristais...


O fascínio sempre existiu, sempre foi o mesmo... uma molécula cristalizada, formando uma estrutura sempre diferente, sempre varíavel... não há um igual ao outro... analisados em pormenor, são ornamentos lindíssimos, figuras geométricas intrincadas...

Mas não é esse o segredo do encanto... não é por figuras geométricas que toda a gente sai à rua num frio de gelar, para apanhar chuva, saltar como crianças, de olhos brilhantes e sorrisos rasgados...

É preciso tão pouco (ou algo tão simples) quanto nevar para fazer uma cidade feliz (várias pelo país aliás)... pelo inédito que é, pelo bonito que é...

Os meios de comunicação dizem que já não nevava em Lisboa há 50 anos, mas o meu pai sempre me disse que a última vez que nevou em Lisboa foi há uns 60 anos... não sei, só sei que hoje nevou e eu vi... e tenho o coração cheio pelo momento que foi e pela partilha (entre amores, amigos e desconhecidos) do momento quase banal na teoria, mas tão especial na prática...
Nem a razão me tira esta felicidade, ao relembrar-me que isto é sintomático de um ecossistema ferido e alterado... por momentos não quero nem quis saber... vi nevar em Lisboa e foi lindo!

janeiro 27, 2006

Cavaquinho... e demais emblemas portugueses...

Não falo do instrumento de cordas... falo do meu querido Cavaco Silva... a doutrina divide-se certamente, e aposto que pouca gente partilha a minha opinião (especialmente agora que se tornou moda a juventude ser do BE).

Mas fiquei feliz, muito feliz, pela sua vitória nas eleições Presidenciais... não só por achar que era sem dúvida alguma o melhor candidato, sem ser uma questão de exclusão de partes, pelo seu carácter economista, isento e honesto (eu defendo que ele e a Nelinha Ferreira Leite sejam os últimos de um espécie rara: os políticos honestos)... capaz de suportar o poder decisor que acarreta o cargo de PR, sem se deixar embriagar por ele e meter o dedo em tudo o que é decisão de governo... e considero também que é o melhor Embaixador de Portugal (porque um PR é praticamente isso).

E agora podemos comparar...
Mário Soares: o sabujo desonesto, corrupto, interessado apenas em defender os interesses do seu património mas apresentando-se como Boa Nova da esquerda... atraiçoando o seu amigo e até então candidato por si apoiado Manuel Alegre... e não contente com isso, ainda rechaçar o mesmo, como se de repente o mundo tivesse esquecido o que disse nos meses antecedentes...
Podemos dar-lhe o crédito de de facto se ter candidatado, quando já tem o estatuto que tem (inexplicavelmente a meu ver... não sei quem o nomeou, ou que concordou com a sua auto-nomeação, de voz da razão)... a verdade é que não consigo ver isso como um sacrifício, mas sim fruto da sua senilidade e embriaguez da sua (pretensa) aura de D. Sebastião... não sei se alguém vê mesmo nele a esperança se é apenas ele que diz que as pessoas vêem nele a esperança e assim fica bebedo neste delírio de grandiosidade (e no champanhe do ano novo também... um PR teria noção, e perante uma bebedeira novo-anista ficaria calado, em vez de deambular sem sentido na análise política da situação e dos outros candidatos)...
Já demonstrou, nos seus anteriores mandatos, o quão incapaz é de entender as funções de um PR... continua a pensar que é viajar e governar o pais (querido... newsflash, isso é o governo... só intervens se necessário... não cada vez que te dá na gana).

Manuel Alegre: gosto muito dele... gosto mesmo. Tem classe, é inteligente e tem bom ar, ar de boa pessoa... mas depois vem a inexperiência... vem (como veio com todos os candidatos que não o Cavaco diga-se) a incapacidade de ver as eleições Presidenciais como uma coisa não partidária, mesmo que os candidatos tenham orientações políticas, que obviamente têm, mesmo que alguns deles sejam até apoiados por partidos... mas vejamos o exemplo do Jorge Sampaio até à dissolução da Assembleia... é possível ser-se de um partido diferente que o governante e isso não prejudicar o funcionamento do país...

Francisco Louçã: qualquer coisa que reprente dar-lhe intervenção na política internacional é suicídio... na verdade genocídio... e mais não digo, porque não vale a pena sequer...

Jerónimo de Sousa: err... já o viram dançar?! OK, motivo estúpido, mas não o imagino sequer como presidente de uma empresa, quanto mais de um país... pode ser um preconceito, admito que o seja... mas não creio que tenha estaleca para representar um país, mesmo que Portugal. O PCP não tem qualquer coisa a ver com as minhas crenças políticas por isso não consigo ter mais opinião que isto...

António Garcia Pereira: o mesmo se aplica (a respeito de ideologias políticas)... não tenho opinião formada... sei apenas que é um homem inteligente, mas nem sei como a orienta (como arma do bem ou do mal *cof*)

Thank UAU for the music(als)

Ontem foi o grande dia... o dia em que pude ver o musical que me fugiu por entre os dedos em Londres... o musical que, enquanto planeei a minha viagem a Londres no ano passado com o propósito de ver musicais, resolveu sair de cena e estar disponível apenas na Broadway...

Um musical lindíssimo, um elenco fantástico com algumas caras conhecidas e renomadas no mundo dos musicais... reúne humor, amor, ódio, sensibilidade (à flor da pele), lágrimas ao canto do olho, e algumas das músicas mais lindas que já ouvi nas dezenas (ou até centenas) de musicais que já me passaram pelas mãos (a grande maioria, infelizmente, não em palco).

E agora o revés... não seria um post meu se não tivesse um revés, uma critica a alguém ou algo... o público... o público português é sem dúvida uma miséria... por muito que os grupos de musica mais actual o contradigam de pés juntos, é neste tipo de eventos que eu vejo o quão medíocre é o público português...
Uma aversão quase patológica a bater palmas, músicas e músicas que foram intervaladas por um silêncio em vez de uma salva de palmas... eu que sou timidamente impelida a nunca aplaudir a menos que alguém aplauda, vi-me forçada (pela confusão que me fazia e pela vontade que tinha de aplaudir) a iniciar as salvas de palmas... cheguei mesmo à conclusão que se eu não aplaudisse ninguém aplaudia (e não era megalomania, foi isso mesmo que se passou)... fiquei profundamente desgostosa, porque assim que caiu o pano as palmas também pararam... o frete já era desnecessário...
Prefiro acreditar que parte foi devido a não saber quando deveriam aplaudir, no entanto sei que muito foi também apatia... e pergunto-me, porque pagam bilhete se depois se plantam ali feitos monos... sem qualquer reacção às excelentes interpretações, às excelentes vozes...

E neste discurso, os meus companheiros de noite musical de ontem devem reafirmar ainda mais veementemente o que me disseram ontem "estás cada vez mais igual à tua mãe"... e eu tenho que encolher os ombros e concluir que é verdade...

Update

Ora então, nos últimos tempos a minha vida não tem tido muito de interessante, excepto o que refiro daqui a nada, que é merecedor de um post! *grin*

Dividida entre os estágios, os meus doentinhos, o início da abordagem ao meu (outro) amigo Harrison's, ajudar amigos nos seus trabalhos, o meu trabalho de voluntariado e uma eventual ida ao cinema (já há uma semana inteira que não entro num cinema!!!)... o que deixa muito pouco a contar...
No entanto, hoje, por desinteressante que seja vim aqui falar dos meus últimos dias...

Simplesmente porque daqui a nada vou fazer uma jantarada em casa de uns amigos, em que cada um cozinha a sua especialidade (algumas especialidades vêm pré-feitas e engarrafadas... nem todos têm os mesmos dotes de chef!); uma sessão de body balance, tai-chi e o que mais nos aprouver aos desmandos de um eye toy kinetic, e uma sessão de irritação com a voz do Sr. Jorge Gabriel num quiz musical da Playstation; e se conseguir liberar o capital suficiente, uma sessão de cantoria das musicas mais queridas dos nossos loucos anos "eitis"... *grin* exactamente o meu tipo de noite favorita... e com a grande vantagem de reunir alguns dos meus amigos mais queridos... e sem esquecer os convidados de honra, nomeadamente a Sra. Pitu... essa mesma... a cachaça!

janeiro 24, 2006

Busy days

Não são os amigos... é a faculdade... assim que possível posto uma meia duzia de linhas que me deambulem pelas ideias...

Mas (e nas palavras da amiga Phoebe) chega de mim... e vocês? Como estão?

janeiro 09, 2006

A profissão mais antiga do mundo

Dizem que a profissão mais antiga do mundo foi a prostituição. Não posso concordar. Até porque não havia dinheiro quando o mundo começou, e se para o homem bastava dar com uma moca na cabeça da mulher e arrastá-la para a sua caverna, porque carga de água haveria de pagar?

Dizem então que a primeira profissão deve ter sido um dos trabalhos mais básicos, como agricultura ou caça. Embora concorde que tenham sido das primeiras profissões, a primeira não foi, até porque no início não havia ferramentas para agricultura nem armas para caçar.

Sugerem então que tenha sido o ensino. Mas para ensinar é preciso aprender. É a história de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. Neste caso, o estudante ou o professor. Ninguém nasce ensinado, logo teria de estudar primeiro. Mas no início não acredito que o homem tenha partido para esta actividade assim de arranque. Temos de nos colocar na pele desse primeiro homem para perceber. Então, o homem aparece. Um homem, Adão, sozinho, sem saber o que fazer. Qual a sua primeira iniciativa? Obviamente, coça os tomates. Assim sendo, a primeira profissão do mundo foi claramente... funcionário público!

janeiro 08, 2006

Voto de silêncio

Os meus perdões pelo marasmo que aqui paira... mas a juntar à minha falta de imaginação/paciência e por vezes mesmo tempo, junta-se agora a minha reacentuada dependência da série Friends... os meus tempos livres são agora ocupados frente à TV, enquanto faço outras coisas absolutamente necessárias que justifiquem dividir a minha atenção com o meu programa favorito...

Tinha saudades dos meus amigos, tão parecidos comigo em tanta coisa (sobretudo a Monica)... e agora posso revê-los (pelo menos até à série 9, a menos que compre a 10ª que tenho em falta, brevemente...) novamente...

Não é que goste menos de vocês do que deles... é uma questão de senioridade!

janeiro 05, 2006

Homens versus mulheres

Um questionário de Saúde Pública de uma colega minha, para averiguar a preferência do comum cidadão relativamente ao género do médico que o assistiria em determinado tipo de situação (exame ginecológico, urgências, no decurso de um ataque de coração, etc)...

Preenchi o questionário, e esforcei-me por tentar dar um opinião variada, mas caí sempre no "indiferente", porque nenhuma questão focava alguma diferença a priori...

A minha mãe, uma senhora dos seus 64 anos, com dois cursos superiores, viajada, culta, etc., estava agora a preencher o questionário e a quase tudo dizia preferir homens... justificou-se dizendo que pertence a uma geração que só via médicos homens...

E eu pergunto se o hábito é desculpa para uma ignorância retrógrada fruto de castração mental sexista...

E é esta mãe que vai ter uma filha médica...