julho 31, 2009

Promessameaça

«Vou fazer igual, hoje e amanhã, ao que fiz ontem e hoje!»
Fátima Felgueiras dixit

julho 30, 2009

Perspectivar

Um colega de faculdade, amigo, morreu há dias. Um ano mais novo que eu. Católico de devoção fervorosa. Tinha comprado casa há uns meses, depois de anos solteiro e bom rapaz (e nem por isso por escolha) estava feliz ao lado da sua namorada.
Não lhe tinha grande amizade no início. Aliás, quando ele entrou na faculdade não podia com ele. Era irritante, aqueles alunos meio graxistas, sempre a fazer perguntas que poucas vezes eram pertinentes.
Mas mudei radicalmente a minha opinião nos últimos 2-3 anos, em que foi meu colega de trato mais próximo. Percebi que ele, nas suas convicções fortes (e que abrangiam toda a sua vida, como é comum para os católicos) tão díspares das minhas, era uma pessoa querida, preocupada, atenciosa e que respeitava a minha ausência/afastamento de convicções religiosas. Isto para o comum dos católicos fervorosos é uma tarefa hercúlea, e reconheci-lha.

Estava em Barcelona quando falei com ele pela última vez. Convidava-me para ir a casa dele, conhecer a casa nova e celebrar os anos dele. Respondi-lhe que teria imenso gosto mas que infelizmente estava em Barcelona nessa altura... mas que haveria certamente outra oportunidade.
Arrepia-me pensar que não estou com esta conversa porque sim e porque fica bem e porque é giro ter o que escrever, mas porque foi textualmente assim. A minha certeza. E certamente a dele também... talvez o Deus que ele sempre amou não tenha achado piada às nossas certezas sobre algo que não está no nosso domínio.
Acredito que ele e a família acreditam que Deus o quis junto dele. Espero que encontrem conforto, paz e serenidade nessa crença, espero sinceramente.
Eu pessoalmente, não conseguiria sentir nada se não raiva, sentimento de injustiça perante tamanha ironia e provocação... do destino, de Deus, das circunstâncias. Seja o que for, é incompreensível que um jovem, a iniciar a construção da sua vida de adulto, aparentemente saudável, simplesmente morra.

julho 25, 2009

Como espevitar um sábado dominado pela dismenorreia

Knock Knock...



...shit happens!

julho 23, 2009

Tomás aka Cascão

Depois de 16h de agonia a centenas de km de distância e sem nada poder fazer, e mais outras 10h de agonia activamente à procura dele e a responder a todos os boatos e rumores, fomos dar com o Tomás num prédio abandonado perto de casa.
Muito sujo, muito cheio de medo, a miar copiosamente a cada vez que o chamávamos, mas o mesmo mimoso de sempre, que se derreteu em ronrons assim que lhe tocámos.
Obrigada a quem ajudou, a quem quis ajudar e até a quem rezou que se calhar também ajudou!

Procura-se




O Tomás desapareceu em S. Bento, esta 3ª feira dia 21 de Julho, algures por volta das 5pm. Trancaram-no fora de casa, na varanda. Foi visto essa mesma noite na varanda, a miar e a tentar entrar em casa pela vizinha da frente.
Só se deu pela ausência dele na 4ª de tarde, quando voltou a vir gente a casa para cuidar deles durante as minhas férias.

Há vários testemunhos de gatos semelhantes ou ele mesmo pela rua de S. Bento. Até à data nenhum trouxe o Tomás de volta.

Quem passe por aqui, quem leia o blog, quem o siga, quem o deteste peço encarecidamente que divulgue.
É um gato, terno, mimado e não está habituado aos perigos da rua e dos outros gatos que não os seus manos.
Mais aqui.

julho 15, 2009

Itsy bitsy

De saltinho em saltinho, estas férias prometem...
De volta a Lisboa para pernoitar, rumo a Barcelona pela manhã. Novidades para mais logo.
Boa semana e até breve!

julho 14, 2009

Strange thing... mistifying

Parece que estava em trabalho de parto desde sábado. Parece que de madrugada, pontualmente de hora a hora, tinha contracções... como um relógio, às 28 de cada hora. Domingo terá sido a mesma coisa suponho.

Certo é que ontem, estava ela já no bloco de partos, deram-lhe a epidural, enquanto eu congeminava que ela, coitadinha, ainda deveria estar em trabalho de parto ao fim do dia, estava já a fazer força e a portar-se não como uma menina, tal como normalmente a vejo, mas sim como uma mulher. Uma mulher a dar à luz à sua filha, desejada, querida e amada mesmo antes de ter nascido. Passados pouco mais de 30 minutos da informação da epidural, vinha a informação do nascimento.

As nossas meninas.



Hoje vou vê-la. Fotografá-las até à euxastão. Não lhe posso dar muito mimo porque infelizmente a minha mãe passou-me "a gripe" e estou assim meio fanhosa. Felizmente estou tão com a gripe quanto a minha mãe, e estou apenas constipada.



De máscara em punho lá vou eu conhecer a minha sobrinha ruivinha e nariguda, "linda como a mãe", disse o pai muito babado

julho 11, 2009

Reporting live from Meca

Sono, moleza e rede. Felicidade.
Plano para hoje: dormir como um bebé.
Plano para agora: beber um vodka black red bull.

Acho que estou com a gripe

(manhã de dia 10)

Mámãe - ah estou com pingo no nariz e tosse, foi de apanhar ar condicionado, mas não tenho febre não deve ser de cuidado....
Eu - (táctica do psiquiatra, que funciona bem com a minha mãe) hum-hum...

(depois de parte da tarde passada com mámãe, no meu dia de correria, recebo uma mensagem de voz ao fim da tarde)

Mámãe - ah filha, é para te dizer que estou com febre, por isso se calhar estou com a gripe... tem cuidado contigo...

(no jantar, às 9 e picos, chamada que não ouvi do meu irmão do meio e mensagem escrita... rezava assim)

André - A mamã parece que está com gripe. Liga-lhe. Eu estou no optimus alive.

(em grande estilo e altamente típico. Valida-lhe a histeria, mas outro que apanhe com ela... outro tipicamente eu. Eu tenho a sina de ter que ser eu a fazer frente aos dramas da minha mãe. Ela só quer o seu close-up, e a mim enervam-me os dramas... enerva-me que a mulher dos arranjos das calças me tenha dito a mim, filha, que a minha mãe passou recentemente uma fase difícil... esse recentemente deve-se referir à morte do meu pai. Passou um ano e 4 meses. Não é assim tão recentemente já, e é o marido da minha mãe mas é o meu pai. A minha mãe faz o luto dos pais há uns bons 50 anos. Acho que a minha mãe não sabe fazer lutos. Acho que não é saudável. Mas ela fá-lo porque ela tem que ter algo para carpir, se não for a morte do pai é a morte da mãe, se de nenhum dos dois a do meu, ou o filho isto ou aquilo, a cunhada, o homem na rua que lhe fez e disse não sei o quê)

(mas perdi-me. Até mudo de parêntesis, só para voltar ao início. Eu tenho sempre, não sei se por ser mulher, se por ser a mais nova, se - muitas vezes - por ser médica... é-me sempre esperado/exigido que apanhe com a minha mãe. Não tenho perfil para estes dramas. Não concordo com compactuar com eles, sou a única que lhes faz frente... mas todos lhos legitimam e depois eu que vá tratar da psicose de mámãe, que além do mais foi validada por todos os outros filhos)

Mámãe, ar sofrido, suspiros, gemidos, the works - ah filha... não era nada... adeus!

Eu tenho vontade de me rir, para não chorar claro. Na verdade a vontade que tenho é de lhe dar dois pares de estalos e fazê-la acordar para a vida, perceber que isto que chamamos vida, não é um palco onde ela é a personagem principal. Não há câmaras, não precisa de se atirar para o chão fingindo-se combalida.

Odeio histerias, odeio dramas, odeio filmes. Estes filmes em que se nota que a pessoa é artificial e dramática e postiça e com necessidade de afirmação e de ter um foco em cima dela e não suporta que alguém lho roube... odeio.

Partida "lagarta" fugida

Primeiro meca do melanoma. Dia em família (os gatos, entenda-se) e amigos.

Depois Barça, a vencedora do pentalema (na verdade trilema) exposto há tempos. Não por vontade, mas por imposição. Não faz mal, eu sou pacata e é quase como se não conhecesse Barcelona mesmo...

Babalu, para isso de pensar estou cá eu!

Ontem começaram as minhas férias. Num dia conturbado e daqueles que me cansam até ao tutano mas regra geral me deixam com a satisfação de saber que fiz 1001 coisas no mesmo dia.

Saí do meu part-time às13h30, que é a hora habitual de não haver nada para fazer às 6ª feiras no serviço, rumo a mais uma casa dos meus sonhos. A casa em si nem tem nada de especial, a cozinha é pequena. Eu como bom cliché, além de uma sala grande porque gosto de receber pessoas em casa, quero, preciso e sonho com uma cozinha grande, com ilha... eu gostava muito de ter uma ilha. Acho que seria mais feliz com uma ilha no meio da cozinha do que com uma ilha no meio do Pacífico.

Não cheguei a ver a casa, mas fui ter com amigos e familiares de amigos que tinham ido ver por mim a casa dando a sua opinião perita.
Bolos de anos, trazer roupa de arranjar, entregar bolo e passageiro em casa, seguir para casa de mámãe, ir buscar o carro de mámãe com mámãe à oficina e seguir caminho para casa para depilações, fazer mala, a dependência do mafia wars e um merecido banho. Coisas de gaja e rumo a um jantar muito agradável, mas de 5h!!

Hoje, dormir novamente 4h, ser acordada pelo amigo que sabia que eu iria estar a dormir, mas ainda assim telefonou, perguntou se eu estava a dormir e pediu-me para lhe carregar o telemóvel porque o voo em que seguia tinha sido desviado e não sabia como ia ser a vida dele.

Conclusão, vim carregar-lhe o telemóvel, o despertador tocou há pouco por isso também não me acordou assim por tanto, e eu continuo a arrastar-me pelos cantos. Felizmente estou de férias.

Me duelen las espaldas*

Demorei 2 dias, não menos mas eventualmente mais, a recuperar às minhas costas algum tipo de função. Com massagens com anti-inflamatórios, injecções no rabiosque e drunfada sempre que possível, ao 2º dia conseguia olhar uns bons 4 ou 9º para a esquerda. Uma vitória!

Obviamente que ainda hoje me doem as costas, de forma mais generalizada e não simplesmente a "espalda" (só porque sim, dá aquele ar e gosto... é mais fluido que escápula, que lembra insultos de romance de cordel pós-romântico) esquerda. Sou algo sensível a contracturas musculares e afins, de modo que passo a vida com dorzinhas nas costas. Os meus dorsais e trapézios provocam sempre pequenos suspiros de admiração e espanto, do quão empedernidos são, como se me tratasse de um mapa do Arizona, escarpado.

Isto para dizer que me doem, neste preciso momento, as costas... aceito dicas daquelas maravilhosas do "ah conheço uma massagista que cobra tuta e meia por 1h, acolá..." venham elas, por comentário ou mail ou telefone para quem o tenha, não se inibam.

É que sou forreta, mas começa a tornar-se uma necessidade física de bem estar de vez em quando ir a amassar... ando a ficar com grumos.

* do portuñol - porra! Fazes-me uma massagem?

julho 08, 2009

Maravilhas de morar a caminho de S. Bento

Parece a hora coca-cola light... homens musculados, bronzeados, com ar algo brega.. mas apelativos none the less. Ao passar de carro adivinham-se os comentários delicados que lhes passam pela cabeça ao olhar os seus olhos gulosos... todos esses piropos "carinhosos" que já todas teremos ouvido, ao passar numa obra, perto de qualquer andaime ou carrinha de construção. Esses mesmos, tão "carinhosos" que não me atrevo a escrevê-los aqui...

Prossegue-se viagem, calçada do combro a baixo...

Passados meia duzia de minutos ouvem-se tiros, assobios e frases de ordem.... espreita-se à janela (porque morar a caminho de S. Bento dá-nos esta característica de velha de bairro que tudo espreita à janela, desde o eléctrico que não anda por causa de um carro mal estacionado à procissão das velas por alturas da Páscoa, não descurando toda e qualquer manifestação que passa invariavelmente à porta).
A encabeçar uma multidão de homens musculados, bronzeados e vestidos de laranja encontra-se uma faixa a dizer "Estivadores" qualquer coisa... pormenores de somenos importância, importante era saber o que eles eram e daí inferir o que protestam.

Entre rosnares de gatos, tiros e assobios ouve-se a seguinte frase de ordem "Sócrates escuta, és um filho da puta".
A esta não me poupo e não me coíbo.. acho encantadora. Não pela ofensa em si, mas pela frontalidade. Não há cá meias palavras. Gritam o que todo o português, mesmo que apenas numa hora de maior desespero, já pensou. Neles a honestidade e verdade de todo um povo. Gosto muito do povo...

julho 05, 2009

PDI

Dormi umas horas, nem uma noite foi, no sofá, com uma almofada que não a minha. Acordei entrevada, incapaz de sequer respirar sem dor. É complicado constatar que não se tem idade para dormir toda torta sem que se acorde toda lixada com F maiúsculo.

Não tenho. Faz-me lembrar a lista Murtaugh do "How I met your mother", que enumerava um sem número de coisas para as quais, tal como o Murtaugh da "Arma Mortífera", «I'm too old for this shit».... dormir no sofá com uma almofada de meio metro de altura é uma delas para mim.

I feel you

Fui ontem ao concerto da Kylie Minogue. Nem sei bem porquê, visto que não sou grande fã, tal como rapidamente constatei já no concerto.
O pavilhão atlântico às moscas, mas cheio de grandes fãs, muito divertidos, a cantar e dançar ao som dos êxitos mais recentes, a explodir de alegria à despedida com o I should be so lucky. Ela, supreendentemente espectacular. Canta espectacularmente bem, coisa que nunca supus, a única falha de afinação que lhe detectei foi quando resolveu tirar o auricular e cantar connosco e ouvir o som que faziam aquelas poucas mas animadas vozes, pelo que até tem desculpa. Os bailarinos fantásticos também.
Foi um bom concerto, tenho pena de não ser de facto grande fã ou teria saído maravilhada provavelmente.

Cenourinha global

Disse-me um amigo, que deu com o blog de outra amiga através do meu. Seria perfeitamente normal, não fosse eu não fazer a menor ideia que tenho esse blog linkado ou que essa pessoa teria em tempos comentado o meu (que parece ter sido a partir daí que ele foi dar com o dito blog).

Assim, pede-se a comparência da menina Inês M. (eventualmente uma de suas 3 irmãs e o F. ter-se enganado no nome) junto à caixa central, para eu saber de quem se trata.

julho 01, 2009

Home is where the heart skips a beat

E isto leva-me ao episódio de ontem. Fui ver três casas. De minha experiência (e já vai sendo muita), os agentes imobiliários não são pessoas pontuais. Estranho-o, porque se fosse esse o meu emprego, vender alguma coisa, faria questão de estar pontualmente, antecipadamente até aguardando os clientes à porta.

Mas isso sou eu pelos vistos, apenas eu e um agente imobiliário que conheci já há dois anos quando ainda andava à procura de casa para arrendar.

Invariavelmente chego a horas aos compromissos, a quaisquer compromissos, mas a estes em específico... e invariavelmente fico à espera. Invariavelmente se me atraso ou prevejo atraso, contacto a informar desse facto antecipadamente. Sou espécie rara também, por ter esta capacidade de previsão aparentemente. Até a capacidade de constatação parece ser coisa rara, porque já atrasados raros são aqueles que pegam no telefone para o afirmar e pedir desculpas pelo facto, avançando com uma hora prevista de chegada.

São este tipo de atenções (na verdade rigores de educação) que me cairíam bem. Odeio atrasos. Odeio que eu me preocupe em não deixar as pessoas à espera, que tenha o trabalho de pensar em atalhos, planear precursos e horas de saída, e em certa medida o meu dia de modo a estar pontualmente no local combinado à hora combinada, e que não haja uma alma neste mundo capaz de tal proeza. Começo a pensar que sou fantástica, sobre-humana por o conseguir.

Ontem, eu que abomino conflitos e nesse aspecto sou várias vezes trouxa por não dizer o que penso e é devido, apresentei-me à senhora da agência com um protesto pela sua falta de pontualidade. Pela sua falta de pontualidade e de rigor. Poderia ter estragado ali uma boa relação cliente-vendedor mas a senhora portou-se à altura e pediu desculpas de forma sincera e conquistou-me. Tirando este grave (exclusivamente a meu ver ao que parece) lapso, foi sempre de extrema educação. Mostrou-me umas casitas engraçadas, mas que por um ou outro motivo não me conquistaram. Mas tenho fé, pode ser que seja desta vez... vou pôr o segredo a funcionar e a arranjar-me a casa dos meus sonhos.

The importance of being honest...

Voltei à senda da casa perfeita. Já estou mais que farta. Sei o que quero e não peço assim tanto.. porque é que nunca mais encontro??