março 11, 2009

Então... como são?!

Ninguém me alertou para esta possibilidade. Sempre tive em mim que eram os pés mais feios do mundo... o dedão enorme, única herança física do meu pai, o comprimento aparentemente anti-português, a planta algo seca (também herança paterna) de quem gosta de andar descalça e de havaianas...

Com a maior desfaçatez "Já vi os teus pés, sei que tens essa paranóia com os pés, mas os teus pés não são feios... pés feios não são como os teus"...

E agora? Como entender o mundo, após uma adolescência a enterrar os pés na areia para não estarem à vista dos transeuntes que sem dúvida fixariam com horror a proeminência horrenda que brotava da minha extremidade... como interpretar o meu grito de auto-aceitação ao prescindir desse pudor e vergonha em prol do prazer de banhar os meus pézinhos com a brisa e sol?


2 comentários:

C. (Carla Laranjeira) disse...

obrigada. nunca, em 35 anos, tinha encontrado alguém como eu, que sempre tive em mim ter os pés mais feios... e há quem diga agora que não são. rebelei-me contra mim mesma há mais de um ano e decidi passar a mostrar ao mundo a sua fealdade. o mundo estava a merecer confrontar-se com essa criação da natureza. e agora há quem diga que não é aberração.
obrigada. só hoje encontrei alguém como eu. quer dizer, com uns pés... assim... como os meus.

esquizoide disse...

se não fossem os próprios, caía-se o mundo aos nossos pés...