junho 04, 2006

Tic-tac...

Sinto-me como o coelho da Alice no País das Maravilhas... o tempo stressa-me... cada segundo que passa é menos um que tenho, cada tic anuncia o tac, e a cada momento estou mais próxima de um ataque de nervos...

Não há segundos no dia que cheguem, mas para que queremos nós mais segundos se em cada um deles a agonia é sempre a mesma?!... se houvesse mais 3h num dia, conseguiríamos fazer muito mais, certo, mas seriam mais 3h por dia que stressaríamos com a impossibilidade de fazer tudo em tão pouco tempo...

E se bem virmos a definição de 24h num dia é estanque demais... um dia não tem que ter horas, a seguir a um vem o outro... e podemos perfeitamente ter dias de 32h ou até 48h, tal como todos os dias temos na verdade dias de 18h a 15h... podemos fazer o que quisermos com o dia, mas o dia nunca é grande o suficiente... simplesmente por existir, e existe porque queremos e por nossa culpa.

Qual a necessidade de combinar café a uma hora especifica? Qual a necessidade de sessões de cinema/teatro/concertos/espectáculos? Qual a necessidade de reuniões e apresentações a horas detalhadas? Quando eu era novinha (tenho que admitir que não caminho para nova... PDI...) as pessoas não combinavam, encontravam-se... e foi a última liberdade temporal que perdemos, com o telemóvel...

Se não houvesse calendarização não havia impedimento de marcar férias na semana que a família toda quer... acordávamos, olhávamos para o céu, víamos a metereologia e pensávamos "boa altura para ir de férias"... e eis que surge o problema: o país seria uma imensa Costa da Caparica num domingo... gente sem fim, pessoas barulhentas, sem um espaço para pousar a trouxa, e trânsito... trânsito que não acaba mais... trânsito de horas... horas no trânsito... afinal ainda bem que elas existem (as horas), ou o tempo de espera, por segmentar, seria muito mais desesperante...

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