dezembro 18, 2005

Trânsito

Há uns dias a X. disse-me que 70% dos meus posts são sobre situações no trânsito... pensei uns segundos e vi-me forçada a concordar... e depois comecei a pensar porquê... de facto, porquê? porque é que eu vou no carro, e mesmo que a meio de uma conversa, começo a reparar (e comentar) as asneiradas das pessoas no trânsito, mesmo que não interfiram com o meu percurso? porque é que eu vou a pé, e vejo asneiradas no trânsito e irrito-me como se fosse a mim que ma tivessem feito?!

A resposta é simples: sou obcecada... sim, tenho que o admitir... a questão mais importante é como é que eu lá cheguei... e mais importante ainda: como é que saio deste estado doentio (que já o sabia ser, antes mesmo de verbalizar a obsessão)...
Como lá cheguei: acho que mais ou menos desde que tirei a carta que só me acontecem situações inverosímeis no trânsito... algumas delas estão até neste blog, mas há muitas mais... conduz-se muito mal em Portugal, e nem sequer se tem consciência disso... e arrisco dizer que quase todos os maus condutores de Portugal (e outros em formação) já passaram por mim e deixaram a sua marca no meu frágil estado de nervos... é impossível uma pessoa ter uma relação normal com o trânsito depois de tudo o que já me aconteceu...
Como saio: não faço a menor ideia... sei que passa por "passar por cima", não deixar que nos afecte... mas como se faz isso? quando um imbecil se atira para cima de nós e ainda resmunga como se não devessemos ir no caminho dele, fazemos o quê? sorrimos?...

Acho piada aos anúncios do civismo ao volante... sei que é importante, mas não sei porquê continuo a achar mais importante saber-se conduzir para ter um carro nas mãos... e em vez de publicidades engraçadas, talvez devessemos investir em fazer uma espécie de "auditoria" periódica aos condutores... quando eles não soubesse, serem seguidos para avaliar a qualidade da condução das pessoas... acho que bastava uma semana deste protocolo para diminuir drasticamente o trânsito em Lisboa e nos acessos (a menos que eles continuassem a conduzir sem carta)... e de uma maneira ou de outra (fosse eu apanhada a passar um amarelo já muito vermelho, ou passasse com distinção na auditoria) teria a minha paz ao volante restaurada: não havendo anormais na estrada a minha mente descansaria pacificamente...

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