julho 13, 2008

Night out

É uma actividade pluridimensional. De verdade, kid you not...

Antes era uma coisa essencial à vida. Quando tinha os meus 16, até aos 20 possivelmente, era incapaz de passar um fim-de-semana sem sair 6ª e sábado, dançar até de manhã. Era a loucura. Não que tivesse mais energia que hoje em dia, mas a música também era diferente. E o álcool ajudava... pois, que essa é a maior dimensão da noite que muda com os tempos.

Tristemente, com a idade em que menos podemos, é que o sair à noite é mais acerca de beber, apanhar bebedeiras, ficar com os copos. Quando ganhamos idade para ter juízo, já perdemos parte de todo o que poderíamos ter, não tivessemos andado a beber quantidades industriais de bebidas alcoólicas enquanto teenagers.

Mas com a idade aprende-se a gostar de determinadas bebidas, surgem outras que são a nossa bebida favorita, e como os nossos pais bebiam o seu gin tónico, nós bebemos o que quer que seja (inclusive gin tónico *blargh*), no meu caso o vodka black, com o prazer de quem bebe um refresco. Com a voracidade de quem bebe um refresco também. Felizmente com o fígado trabalhador de quem já bebeu de tal forma tantos "refrescos" que já encaixa bem a frescura em demasia.

Mas há uma coisa da idade adulta (diga-se a minha, vá... condescendendo) que não se coaduna com saídas à noite de grande folia. São as insónias matinais do trabalhador habituado à rotina de madruga. Convenhamos que não tem piada dormir 3h e acordar com o sabor do último vodka na boca, com a leveza na cabeça que tínhamos quando nos deitámos e com a dor de cabeça que nem sabemos bem a que atribuir, se ao álcool se à privação de sono.

E assim se explica a minha verborreia. É que desconfio que ainda estou ligeiramente ébria...

Adiante, o que me causa pruridos ao sistema (como quem diz, o que me faz comichão) é a constatação, por interposta pessoa, que sou uma cota. Com 27 anos sou uma cota. Não que assim me sinta, mas o desfazamento de mim para os outros é tal, que me sinto uma cota. Só vejo miudagem à minha volta.

E é isso que nos torna velhos, ou nos faz sentir assim. Não a idade, não as rugas, não o cansaço, não... é a falta de identificação com aqueles que consideramos jovens. É a identificação, demarcada a tinta da china, do generation gap.

E nisso a minha geração está bem lixada, porque nos vamos sentir todos mais velhos muito mais cedo, porque nunca em tempo algum alguma geração teve tão pouco a ver com as anteriores quanto a de actuais teenagers. Romperam de tal forma com os moldes que nem a geração imediatamente antes se identifica com ela. Eu identificava-me com os meus irmãos, da minha irmã mais velha que eu 10 anos até ao mais velho 2 anos que eu. Tive uma vida em praticamente tudo semelhante às deles. Passados 5 anos poucas semelhanças acho entre mim e os teenagers de hoje... pior, se eu me recordar de quando tinha a idade deles (e isto pode ir até aos 20s se preciso for) não há semelhanças no modus vivendi.

É assustador.

Assusta assistir à preversão dos valores morais, saber que os nossos pais se preocupavam connosco do mesmo modo, e no entanto saber que não tem nada a ver. Porque tanto quanto é possível prever tendo em conta a opinião transversal relativamente à prostituição desde que temos uma "sociedade", segundo sei nunca virá a ser considerado íntegro ou digno fazer prostituição em troca de carregamentos de telemóvel.

Sexo em público é uma situação quanto à qual já não sei o que dizer... pode vir a ser considerado fixe...

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