maio 05, 2008

Eu e a neurocirurgia - parte uma de muitas

Como será espectável mantenho o sentimento de inadequação. Porque sou conscienciosa, e porque de algum modo os graúdos por vezes apreciam denotar essa inadequação, mesmo que em tom de brincadeira, de provocação. Aceito-as, até porque não tenho o que mais fazer quanto a elas, pois sei serem verdadeiras.

Não admito no entanto que a chacota do serviço por ser ignorante, pouco estudioso e em termos genéricos só fazer merda a operar questione a minha inteligência. Que o fez e depois ainda tentou justificá-lo, como fazendo parte do "entrar com os novos internos"... entrar com ou nos, não me foi bem claro, mas a minha posição quanto a "entradas" é mais que clara.

Enfim, pormenores... tendo em conta que ao fim de 3 meses, foi a primeira situação em que torci o nariz a alguma coisa, sendo que o meu nariz por vezes parece estar naturalmente torcido, acho que é um óptimo presságio quanto à minha capacidade de adaptação.

Elogios vou recebendo alguns, menos parcos que as minhas capacidades (felizmente, que sem reforço positivo facilmente me deprimiria...), mas nenhum me soube tão bem quanto aquele que na prática não vale nada. A mãe de uma doente, que me garantiu que eu iria ser uma excelente especialista... na verdade não fiz nada senão ser atenciosa para com ela e explicar-lhe tudo o que ia acontecendo e o que esperar a cada momento.
No fundo não fui grande médica, fui simplesmente humana, que parece ser uma característica que se deve perder na razão directa da aquisição de conhecimentos.

E assim se confirma que nem tudo o que nos ensinam deve ser aprendido.

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