abril 17, 2008

Só às paredes confesso

Adquiri um hábito, com os meus 11-12 anos, de escrevinhar tudo o que sentia e pensava. Esse hábito foi caindo em desuso à medida que adquiri a capacidade absolutamente banal (mas para mim sobre-humana) de falar com outras pessoas, amigos... exteriorizar o que se pensa e se sente não num papel ou com uma parede, mas com alguém com capacidade de resposta, quanto mais não seja de anuência.

E agora volto a esse hábito. Mesmo sabendo que há quem leia o que escrevo, mesmo sabendo que alguns desses interlocutores por direito que escolho abnegar vão ler o que escrevo, mesmo assim volto a este hábito. Porque não sei como o dizer, não sei como fazer as palavras sair. Enrolam-se-me na boca, afloram os lábios com uma inspiração profunda, mas quase nunca saem, quase nunca há o timing, quase nunca o silêncio é longo o suficiente para me dar espaço.

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