outubro 13, 2007

E é assim

Não sei onde ia, mas muito aconteceu.
A minha vida não é fácil, decididamente... cada vez que penso que o tumulto amansa, alguma vaga mais crispada me enrola, me tira o folego, chega com força suficiente para me derrubar os castelos.

O meu pai que é o assunto constante, que não mata mas mói, magoa, preocupa... uma situação sem fim, que nos faz sofrer a todos, porque parece que sim, porque parece que é bom, porque parece que é desejável mas na verdade ninguém está bem.
Mentira, a minha mãe está bem... dêem-lhe um papel para representar (o seu preferido na verdade) de esposa devota (ou alternativamente de mãe extremosa) e a mulher delira. É ver a diva dentro dela a pulular de alegria e em voz sonora pronunciar o seu "I'm ready for my close-up Mr.DeMille"... dentro e fora, diga-se.

É a minha mãe que deixou a diva ir longe demais e sinceramente pareceu (por um largo eperíodo) possuída pela diva...

Sou eu que ao fim de 15 anos não tenho paciência... não tenho... pior que não ter que paciência (porque mesmo sem paciência lá vou fazendo os esforços necessários e consecutivos para agir em conformidade aos acontecimentos, mesmo que me apetece mandar tudo às urtigas... ou à merda na verdade) é começar a considerar se é vantajoso compactuar e colaborar em determinados delírios, de certo modo validando-os; é começar a por a minha saúde mental à frente daquelas saúdes que são insanas já desde que me conheço...

Certo é que tudo o que considero descontrolado, ou excessivo na minha personalidade, facilmente o remonto a um ou vários episódios da minha infância/adolescência e sempre interligados com mámãe. Desde a minha revolta de Ipiranga, quando percebi que ela não era a melhor do mundo, que não era o que eu a pintava, com os meus 12 anitos, que passei a ter um ambiente familiar ainda mais fantástico e basicamente desde essa idade que quero sair de casa.

Tive o sangue frio de não lixar a minha vida e seguir o meu sonho, com grave prejuízo para a minha estabilidade mental, tenho agora a noção... façam-me repetir a mesma frase 2 vezes e fico por um fio, deixem-me 5 minutos à espera e durante uns 5 minutos não me vêem os dentes (e eu que pareço parvinha, estou sempre a rir), ajam de qualquer modo genericamente incorrecto e não me calo em discursos sobre moral, ética e justiça...

Damaged goods... já nem eu tenho paciência para mim mesma...

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