Pois que então o hospital... a sucessão de estágios não me tem ajudado particularmente na escolha. Continuo na mesma. Nada concretizo, nada decido.
Cirúrgicas apelam-me, mas terei jeito? Sempre fui "jeitosa" de mãos, mas terei jeito para tudo? Gostava de saber a resposta a isso, mas não sei de facto, não tenho como saber... posso pedir opiniões sinceras a todos os que já passaram por isto, para saber se é normal todos serem meio nabos no início.
É verdade, a minha experiência de manipulação destas coisas acumula agora a 6ª semana... de voyeur tenho experiência suficiente para um curriculum, mas de meter as mãos só estas 6 semanas decorridas.
Estou a adorar, estou a adorar a experiência, estou a adorar o convívio, mesmo que em 70% dos momentos se esteja a criticar qualquer coisa no sistema, qualquer coisa nas condutas, qualquer coisa nas competências alheias... mas divirto-me, rio-me, vou trabalhar animada e com vontade de mais um dia de trabalho... fico até às 6pm só porque sim, porque me divirto e me rio e sei que me dão oportunidade de experienciar algo mais, quando podia perfeitamente ir embora pela 1pm e ter a tarde livre para vegetar e continuar sem me decidir.
O estado priveligiado é sem dúvida o saber o que se quer, mesmo que o que se quer seja de algum modo inatingível... ao menos sabemos atrás do que corremos, não corremos depressa e em todas as direcções sem saber exactamente o destino. É que o percurso mais curto entre dois pontos será sempre uma recta, não há discussão possível, e eu nos meus zig-zagues de indecisão passo por muitos pontos que sei não serem o meu, por outros tantos que são uma opção que não me acalenta o espírito, e por outros poucos que me emocionam.
Foi sonho de criança ou foi desejo ardente que me amarou os olhos ao ver um coração bater in loco? Faço tantos filmes, vejo tantos filmes (alguns dos quais da TVI) que já não sei o que é real...
outubro 13, 2007
Mais uma coisa que me preocupa
A Jô, a minha Jô abandonou a nossa linda Lisboa... de malas e bagagens lá seguiu ela para Portimão, para procurar emprego em Portimão, para viver em Portimão... adoptou um gato com o R. que vai viver em Portimão, na casa do R. em Portimão...
Já não posso passar por tua casa quando sair do hospital, para tomarmos café, fumar uns (ou umas) cigarros, falarmos de tudo e de nada e jogarmos umas canastas...
Já não me posso sentir arrastada para um qualquer filme sem guião e de produção independente, que entra de imediato no meu portfolio, de tão singular que é.
Tenho saudades tuas.
Já não posso passar por tua casa quando sair do hospital, para tomarmos café, fumar uns (ou umas) cigarros, falarmos de tudo e de nada e jogarmos umas canastas...
Já não me posso sentir arrastada para um qualquer filme sem guião e de produção independente, que entra de imediato no meu portfolio, de tão singular que é.
Tenho saudades tuas.
And now for something completely different
Nos meus anos ofereceram-me um voucher d'"a vida é bela"... vou finalmente fazer o salto de paraquedismo, high-tandem é a escolha.
Para me tirar desta apatia anedónica tenho que sair da minha casca, partir o invólucro beckettiano e romper fora do ciclo. Há uns anos fi-lo (de maneira tão simbólica e tão tipicamente rebelde de adolescente em idade de armário), cedendo ao "impulso" de concretizar um desejo com 8 anos de duração e fiz o meu piercing... sou definitivamente uma pessoa impulsiva!
Tenho mais uns 4 meses para fazer o salto... fisico e metafisico (ou metafórico e real).
Para me tirar desta apatia anedónica tenho que sair da minha casca, partir o invólucro beckettiano e romper fora do ciclo. Há uns anos fi-lo (de maneira tão simbólica e tão tipicamente rebelde de adolescente em idade de armário), cedendo ao "impulso" de concretizar um desejo com 8 anos de duração e fiz o meu piercing... sou definitivamente uma pessoa impulsiva!
Tenho mais uns 4 meses para fazer o salto... fisico e metafisico (ou metafórico e real).
La piovra
E tentando tirar as teias de aranha sempre em neoformação que representam os meus filmes com a minha família mais directa, pensei adquirir alguma paz saindo de casa... antes do primeiro ordenado fazer *plim* na minha carteira (ou o *plim* mais silencioso que se faz ouvir da conta do BPI) já eu andava com malas e caixotes num processo contínuo (e ainda inacabado) de mudanças. Já na casa nova, tenho ainda livros do meu pai de Ortopedia para trazer para casa, provavelmente para ficarem na arrecadação, porque sinceramente não me vejo a seguir os passos de pápai... mas logo se vê, até ao fim deste mês e sobretudo até ao fim do próximo, tudo pode acontecer.
Mas bem dizem os filmes da TVI que nos avisam (o aviso é para pessoas como eu, bem sei... a tv fala comigo... ...) que o passado vem connosco, em caixotes mais ou menos bem arrumados e mais ou menos bem identificados...
A teia é perene e persistente, mesmo com todo o nojo que implica para mim mexer em teias de aranha (que são agarradiças as mulas...), e o esforço necessário para deixar tudo livre delas, elas no fundo no fundo continuam lá. E remonta-me à história do estar por um fio... irritam-me estas tarefas inacabadas e inacabáveis, inglórias... como que se fosse tirar água de uma albufeira com uma chávena de café (vá, de chá...), um projecto sem fim previsível ou avizinhável.
E irrita-me sobretudo a absorção de mim mesma que estes assuntos fazem. Eu acho que sou mais do que a minha família... acho que sou mais do que o cunho da minha mãe em mim. Ela não acha certamente, tudo o que sou sou graças ao maravilhoso (acha ela)trabalho de mãe que ela fez... pareço uma caricatura freudiana, em que tudo remonta à mãe.
Próximo investimento: psicoterapia.
Mas bem dizem os filmes da TVI que nos avisam (o aviso é para pessoas como eu, bem sei... a tv fala comigo... ...) que o passado vem connosco, em caixotes mais ou menos bem arrumados e mais ou menos bem identificados...
A teia é perene e persistente, mesmo com todo o nojo que implica para mim mexer em teias de aranha (que são agarradiças as mulas...), e o esforço necessário para deixar tudo livre delas, elas no fundo no fundo continuam lá. E remonta-me à história do estar por um fio... irritam-me estas tarefas inacabadas e inacabáveis, inglórias... como que se fosse tirar água de uma albufeira com uma chávena de café (vá, de chá...), um projecto sem fim previsível ou avizinhável.
E irrita-me sobretudo a absorção de mim mesma que estes assuntos fazem. Eu acho que sou mais do que a minha família... acho que sou mais do que o cunho da minha mãe em mim. Ela não acha certamente, tudo o que sou sou graças ao maravilhoso (acha ela)trabalho de mãe que ela fez... pareço uma caricatura freudiana, em que tudo remonta à mãe.
Próximo investimento: psicoterapia.
E é assim
Não sei onde ia, mas muito aconteceu.
A minha vida não é fácil, decididamente... cada vez que penso que o tumulto amansa, alguma vaga mais crispada me enrola, me tira o folego, chega com força suficiente para me derrubar os castelos.
O meu pai que é o assunto constante, que não mata mas mói, magoa, preocupa... uma situação sem fim, que nos faz sofrer a todos, porque parece que sim, porque parece que é bom, porque parece que é desejável mas na verdade ninguém está bem.
Mentira, a minha mãe está bem... dêem-lhe um papel para representar (o seu preferido na verdade) de esposa devota (ou alternativamente de mãe extremosa) e a mulher delira. É ver a diva dentro dela a pulular de alegria e em voz sonora pronunciar o seu "I'm ready for my close-up Mr.DeMille"... dentro e fora, diga-se.
É a minha mãe que deixou a diva ir longe demais e sinceramente pareceu (por um largo eperíodo) possuída pela diva...
Sou eu que ao fim de 15 anos não tenho paciência... não tenho... pior que não ter que paciência (porque mesmo sem paciência lá vou fazendo os esforços necessários e consecutivos para agir em conformidade aos acontecimentos, mesmo que me apetece mandar tudo às urtigas... ou à merda na verdade) é começar a considerar se é vantajoso compactuar e colaborar em determinados delírios, de certo modo validando-os; é começar a por a minha saúde mental à frente daquelas saúdes que são insanas já desde que me conheço...
Certo é que tudo o que considero descontrolado, ou excessivo na minha personalidade, facilmente o remonto a um ou vários episódios da minha infância/adolescência e sempre interligados com mámãe. Desde a minha revolta de Ipiranga, quando percebi que ela não era a melhor do mundo, que não era o que eu a pintava, com os meus 12 anitos, que passei a ter um ambiente familiar ainda mais fantástico e basicamente desde essa idade que quero sair de casa.
Tive o sangue frio de não lixar a minha vida e seguir o meu sonho, com grave prejuízo para a minha estabilidade mental, tenho agora a noção... façam-me repetir a mesma frase 2 vezes e fico por um fio, deixem-me 5 minutos à espera e durante uns 5 minutos não me vêem os dentes (e eu que pareço parvinha, estou sempre a rir), ajam de qualquer modo genericamente incorrecto e não me calo em discursos sobre moral, ética e justiça...
Damaged goods... já nem eu tenho paciência para mim mesma...
A minha vida não é fácil, decididamente... cada vez que penso que o tumulto amansa, alguma vaga mais crispada me enrola, me tira o folego, chega com força suficiente para me derrubar os castelos.
O meu pai que é o assunto constante, que não mata mas mói, magoa, preocupa... uma situação sem fim, que nos faz sofrer a todos, porque parece que sim, porque parece que é bom, porque parece que é desejável mas na verdade ninguém está bem.
Mentira, a minha mãe está bem... dêem-lhe um papel para representar (o seu preferido na verdade) de esposa devota (ou alternativamente de mãe extremosa) e a mulher delira. É ver a diva dentro dela a pulular de alegria e em voz sonora pronunciar o seu "I'm ready for my close-up Mr.DeMille"... dentro e fora, diga-se.
É a minha mãe que deixou a diva ir longe demais e sinceramente pareceu (por um largo eperíodo) possuída pela diva...
Sou eu que ao fim de 15 anos não tenho paciência... não tenho... pior que não ter que paciência (porque mesmo sem paciência lá vou fazendo os esforços necessários e consecutivos para agir em conformidade aos acontecimentos, mesmo que me apetece mandar tudo às urtigas... ou à merda na verdade) é começar a considerar se é vantajoso compactuar e colaborar em determinados delírios, de certo modo validando-os; é começar a por a minha saúde mental à frente daquelas saúdes que são insanas já desde que me conheço...
Certo é que tudo o que considero descontrolado, ou excessivo na minha personalidade, facilmente o remonto a um ou vários episódios da minha infância/adolescência e sempre interligados com mámãe. Desde a minha revolta de Ipiranga, quando percebi que ela não era a melhor do mundo, que não era o que eu a pintava, com os meus 12 anitos, que passei a ter um ambiente familiar ainda mais fantástico e basicamente desde essa idade que quero sair de casa.
Tive o sangue frio de não lixar a minha vida e seguir o meu sonho, com grave prejuízo para a minha estabilidade mental, tenho agora a noção... façam-me repetir a mesma frase 2 vezes e fico por um fio, deixem-me 5 minutos à espera e durante uns 5 minutos não me vêem os dentes (e eu que pareço parvinha, estou sempre a rir), ajam de qualquer modo genericamente incorrecto e não me calo em discursos sobre moral, ética e justiça...
Damaged goods... já nem eu tenho paciência para mim mesma...
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