Fazia-me falta um de corpo inteiro... não saberia onde o pôr, mas um espelho é como um baço: nunca lhe damos importância, porque sempre vivemos com ele, nunca reparámos o quão importante e entrosado no nosso quotidiano ele estava... até ao dia em que nos vemos sem ele, e aí a nossa vida parece não ser possível... (ok, deixei-me levar demasiado pela metáfora... é possível viver sem um espelho de corpo inteiro!! mas olhem que custa!!!)
Mas evitando o impulso de viajar na maionese, vamos ao que vinha...
Sou, naturalmente e intrinsecamente, formal, contida, quase fria... não pareço, no meio de simpatias e sorrisos e atenções, mas chega dada altura em que não deixo mais.
A Jô acha que é filme meu, que não sou nada assim, mas que é esse o reflexo que de mim vejo, sem que necessariamente seja correcto... mas, apesar de achar que nalguns aspectos, os nossos amigos mais especiais e próximos nos conhecem melhor que nós mesmos, acho que aqui me conheço melhor.
E digo-o com alguma tristeza, porque sei que me privo de imenso com esta maneira de ser... sei que mais facilmente me distancio das pessoas, porque menos me prendo a elas. Não que não me sejam queridas, que não me sejam necessárias, mas não me são indispensáveis... chego à conclusão psicanalítica que na antecipação da rejeição, não deixo ninguém me ser indispensável, tornar-me dependente de ninguém...
É triste criar muros à volta, e ainda fazer cara feia a quem tem a audácia de espreitar por cima deles... qualquer dia fico uma daquelas septuagenárias eremitas, com a casa cheia de gatos (porque é que septuagenárias eremitas não gostam de cães?!.. ah, provavelmente porque implica sair à rua para os passear...) e cheiro intenso a amoníaco que já nem mesmo eu (menina cacósmica ou hiperósmica como sou) me apercebo...
...
Não ter espelho de corpo inteiro dá nisto! Rai's parta a feira popular...
março 24, 2007
março 23, 2007
A melhor receita do mundo
... procura-se!!
Uma dona de casa perfeita, capaz de produzir as mais variadas e exóticas iguarias, precisa sem dúvida de um forno... nunca pensei que tantas coisas que eu gosto de cozinhar precisariam de uns minutos de forno...
Uma dona de casa perfeita, capaz de produzir as mais variadas e exóticas iguarias, precisa sem dúvida de um forno... nunca pensei que tantas coisas que eu gosto de cozinhar precisariam de uns minutos de forno...
março 19, 2007
Fa(r), a long long way to run
Finalmente tenho net em casa... na nova casa isto é...
Felizmente pago mais para ter o bólide vodafone, para disfrutar de uma velocidade até 3,6 Mbps em oposição aos 640Kbps do tarifário mais barato... porque assim a velocidade de cruzeiro ronda os 237 Kbps...
Por outro lado, estou tão cansada de protestar este ano, que não sei se me sinto com forças de ir barafustar por estar a ser roubada para não variar. É que reivindicar é fatigante, sobretudo num país como o nosso em que só se esbarram contra portas que nem à força de arietes se abririam, quanto mais com o arremeço mais ou menos cordial que a minha (fraca) figura me permite... isto quando se tem a sorte de tentar abrir a porta certa, porque com a desinformação que grassa o mais certo é esbarrar-se contra toda e qualquer parede mestra...
Ter razão é um conceito muito relativo, quando tudo indica que a temos, há sempre alguma coisa completamente desprovida de sentido que nos ilustra, pelas palavras de quem nos põe ao corrente desta situação, como a nossa razão, por universal que possa parecer, tem um ou mais pontos em que não é consistente o suficiente para excluir outras razões (regra geral opostas entre si, o que por si só tem uma lógica muito própria)...
Não vou barafustar mais... vou comer e calar, porque ao menos assim não me chateio com o assunto, não gasto recursos e tempo com a preparação da e a própria reivindicação... já para não dizer que falar para as paredes nunca foi dignificante!
É assim que se funciona aqui, não vale a pena iludirmo-nos em contrário... por isso a solução está em ser-se vigarista ou em emigrar... eu, por características intrínsecas revejo-me apenas na última opção. E assim, afianço aos meus queridos amigos, próximos ou não, que um dia, não muito breve mas também não muito distante, ganharão uma casa de pernoita algures por um canto deste mundo, que diste em pelo menos uma fronteira desta erva-daninha à beira-mar plantada...
Felizmente pago mais para ter o bólide vodafone, para disfrutar de uma velocidade até 3,6 Mbps em oposição aos 640Kbps do tarifário mais barato... porque assim a velocidade de cruzeiro ronda os 237 Kbps...
Por outro lado, estou tão cansada de protestar este ano, que não sei se me sinto com forças de ir barafustar por estar a ser roubada para não variar. É que reivindicar é fatigante, sobretudo num país como o nosso em que só se esbarram contra portas que nem à força de arietes se abririam, quanto mais com o arremeço mais ou menos cordial que a minha (fraca) figura me permite... isto quando se tem a sorte de tentar abrir a porta certa, porque com a desinformação que grassa o mais certo é esbarrar-se contra toda e qualquer parede mestra...
Ter razão é um conceito muito relativo, quando tudo indica que a temos, há sempre alguma coisa completamente desprovida de sentido que nos ilustra, pelas palavras de quem nos põe ao corrente desta situação, como a nossa razão, por universal que possa parecer, tem um ou mais pontos em que não é consistente o suficiente para excluir outras razões (regra geral opostas entre si, o que por si só tem uma lógica muito própria)...
Não vou barafustar mais... vou comer e calar, porque ao menos assim não me chateio com o assunto, não gasto recursos e tempo com a preparação da e a própria reivindicação... já para não dizer que falar para as paredes nunca foi dignificante!
É assim que se funciona aqui, não vale a pena iludirmo-nos em contrário... por isso a solução está em ser-se vigarista ou em emigrar... eu, por características intrínsecas revejo-me apenas na última opção. E assim, afianço aos meus queridos amigos, próximos ou não, que um dia, não muito breve mas também não muito distante, ganharão uma casa de pernoita algures por um canto deste mundo, que diste em pelo menos uma fronteira desta erva-daninha à beira-mar plantada...
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