maio 03, 2009

Ribeira

Acho que desde pequenina, nos tempos em que ia com mámãe à praça, comprar verduras e peixe e afins... tenho lembranças remotas de em petiz ir pela mão da minha mãe (ou vezes demasiadas pela mão de ninguém, razão pela qual também tenho memória de me perder na praça), vê-la a falar com as senhoras... fiel a umas e não a outras por razões que nunca percebi. Sempre com nomes como D. Silvina, D. Adriana, D. Arminda e outros que a minha sensibilidade pueril já rejeitava.

E vir para casa cheia de legumes frescos, cheiro a flores no carro... todas as cores na cozinha, misturadas e no prelúdio de uma sardinhada à beira-mar. Acho que as melhores memórias são estas, foscas, dos períodos em que fomos felizes. Tipicamente de férias, e para mim tipicamente em S. Pedro.

E sinto-me a voltar a esses rituais cada vez que entro numa praça. Os cheiros nem sempre (quase nunca) apelativos, mas tão típicos, aquele festival de cores... sinto-me uma criança a entrar nesses espaços, extasiada por tanta variedade e qualidade de cores e sabores.

Talvez haja também algo de terrivelmente sedutor (e no sentido mais lato possível) de se ser tratada por "menina"...

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