Alguém que me explique porque é concebido como "um dia de gaja" ir a depilações e cabeleireiros e afins... Depois de esturricar as pernas no laser e sofrer o que não desejo a ninguém, fui perder 2h a lavar e cortar e esticar e secar e brushar.
Não me sinto particularmente restabelecida, não me sinto particularmente evax (feliz por ser mulher)... o imbecil que inventou este conceito só pode ser homem e misógino.
Continuo com os 60cm, bem esticados. Força ainda tenho, mas daqui por uns dias não garanto passar nas portas do metro. Felizmente amanhã chove... é que "o problema desta casa é a humidadi"
Todos conhecemos provérbios ou dizeres que não fazem sentido nenhum... afinal fazem, nós é que os dizemos mal.
E porque aprender é sempre um prazer...
Popularmente diz-se: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro.' O correcto: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro.'
'Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.'' Enquanto o correcto é: 'Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.'
'Cor de burro quando foge.' O correcto é: 'Corro de burro quando foge!'
Outro, que todos dizem de uma maneira errada: 'Quem tem boca vai a Roma.' O correcto é: 'Quem tem boca vaia Roma.'
'Cuspido e escarrado' - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa. O correcto é: 'Esculpido em Carrara.'
Mais um famoso...: 'Quem não tem cão, caça com gato.' O correcto é: 'Quem não tem cão, caça como gato'... ou seja, sozinho!
Não há palavra para traduzir "solitude" no léxico português. Infelizmente "solidão" traz um estigma de que o "solitude" não padece. Pode-se estar em solidão e confortável com isso, mas o português não parece querer honrar essa distinção.
Hoje, no entanto, não é o caso. Nos últimos tempos para ser sincera. Ando a lidar mal com a solidão (essa mesma). Sem solitude... Sempre que saio de perto de um grupo e me vejo sozinha, sinto-me efectivamente sozinha. E isso é estranho em mim, deixei de saber apreciar os meus momentos comigo mesma.
É possível que não me considere grande companhia...
O tipo desce à estação de metro de jeans, t-shirt e boné, encosta-se perto da entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, na hora rush matinal.
Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos transeuntes, ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam meros 1000 dólares. A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres em passo rápido, copo de café na mão, telemóvel ao ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
Estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefacto de luxo sem etiqueta de glamour. Somente uma mulher reconheceu a música...
Comprei um sofá magnífico... não cabia na porta... tenho uma sala enorme, com uma poltrona, apenas! O sofá magnífico e baratíssimo (uma verdadeira "oportunidade") vai-me sair por mais €68 do transporte não executado do Ikea e ainda €120 da empresa que tive que contratar à parte... uma pechincha!
Passei esta última semana em casa dos meus pais, voltar a viver com a minha mãe... isto porque a minha irmã e o meu cunhado foram passar férias para a neve e deixaram os miúdos, doentes, em casa da minha mãe com a condição de eu também ir para lá. Sou trouxa e fui, até de coração aberto.
Digamos que é nestes momentos que as nossas pequenas conquistas nos sabem a mel, e é nestes momentos que todos os arrependimentos que por vezes nos passam pela cabeça por não estarmos a poupar dinheiro em casa dos pais se desvanecem.
Ao final desta semana, e depois de a minha sobrinha ter tido um episódio de insuficiência respiratória aguda, e perante a apatia e indiferença da minha mãe tudo ter sido demais para mim, consegui ser deserdada.